Web 2.0 ferramentas relevantes no contexto jornalístico.

Web 2.0 ferramentas relevantes no contexto jornalístico.

1º trabalho do III grupo

Módulo: Práticas da Web

Docente: Prof. Dr. Luís Neves Domingos

Discentes:

Fátima Pais

Hélio Norberto

Ilídio Manica

Marta Massango

Mateus Eusébio

I.Introdução

A humanidade vive nos tempos actuais uma autêntica troca de informação bastante dinâmica em todo universo por conta de um sistema de interligação de diversos recursos por via de internet chamada Word Wide Web. Esse advento marca avanço enorme das Tecnologias de Informação e da Comunicação que com a sua evolução de Web 1.0 para Web 2.0, várias empresas e pessoas relacionam-se, compartilhando experiências, informações, conhecimento através de meios digitais disponibilizados por essa plataforma. É notório o uso das diferentes ferramentas da Web pelos órgãos de comunicação social para a efectivação da sua tarefa devido ao aglomerado de usuários. Num estudo feito pela Statista revela que 4,66 bilhões são usuários activos da internet, sendo que 4,15 bilhões são activos nas redes sociais. Portanto, esses números provam o poder que a Web detém actualmente e, traz-se nesse trabalho a abordagem sobre as ferramentas da Web 2.0 usadas no contexto jornalístico. Quanto a abordagem, esta é uma pesquisa exploratória que privilegiou o método qualitativo de carácter descritivo.

  1. História da Web

2.1 História da Web 1.0

É imprescindível falar da Web sem evocar internet, apesar de algumas pessoas acharem que esses termos são sinónimos. Segundo Lattore (2018) Web é “um conjunto de documentos (webs) interligados por links de hipertexto, disponíveis na Internet que podem se comunicar através da tecnologia digital” enquanto internet é uma rede que interliga computadores de diferentes partes do mundo. A criação da Web ou Word Wide Web foi publicada por Tim Berners-Lee nos finais de 1990 e é marcado como serviço público da rede de computadores, no ano seguinte, quando o Lee publica o resumo do seu projecto de www no alt hypertext newsgroup. O projecto tinha o objectivo de possibilitar que todas ligações pudessem ser feitas com qualquer informação seja onde estiver. Essa é considerada a primeira geração da internet designadamente Web 1.0, e este foi um sistema “onde as operações de download era uma imagem de marca da sua utilização estando tudo ao alcance (…)” (Gil, 2014, p. 1).

O webmaster (especialista que faz a gestão do conteúdo) nessa geração Web 1.0 é o único e exclusivo para fazer alterações no site, vedando os usuários, a liberdade de poder interagir com a página e só consumir o conteúdo colocado pelo webmaster. Até então era a tecnologia de ponta, visto que os conteúdos já podiam ser acessos a qualquer hora do dia deferente do período em que os utilizadores de computadores trabalhavam em ambientes offline.

2.2 História da Web 2.0

De acordo com Puc-Rio (2008) apud Danilo (2009) o ano 2000 caracterizou-se pelo “Estouro da Bolha da Internet”. A Nasdaq entra em decadência e a “Nova Economia” perdia o seu “Glamour”, portanto, várias empresas fecharam suas portas e termos como internet e PontoCom foram associados ao medo, crise e demissão e apenas poucas empresas bem-estruturadas conseguiram sobreviver.

A origem do termo Web 2.0 remonta à 2004, quando representantes da editora O’Reilly Media e da promotora de eventos Live International Dale Dougherty realizaram uma sessão de “brainstorming” para conceber um congresso sobre Internet. O Tim O’Reilly, um dos pioneiros na Web, e fundadores da O’Reilly Media, percebeu que mais do que nunca, a Internet se tornara mais importante para as pessoas e empresas, devido às novas aplicações e sites que estavam obtendo grande sucesso continuamente, como se uma nova fase houvesse surgido após o estouro da bolha da Internet no final da década de 90. Desta forma, batizou-se o momento de Web 2.0 e este foi o nome da primeira conferência, realizada em outubro daquele ano na cidade de São Francisco. (PUC-RIO 2008 apud DANILO 2009)

De acordo com Primo (2007) apud Danilo (2009), apesar da resistência de alguns desenvolvedores que menosprezavam a expressão Web 2.0, como sendo apenas um jogo de marketing para salvar as empresas do estouro da bolha, o termo Web 2.0 chegou a 9.5 milhões de citações no Google. Foi através da publicação do relatório da conferência de 2004 que em 2005 a Web 2.0 se tornou conhecida, e esta por sua vez seguiu uma nova versão de www, propondo assim uma mudança na relação entre o usuário e aplicação Web. (DANILO: 2009)

2.3 Conceito de Web2.0

Como muitos outros conceitos relacionados à Internet, o termo Web 2.0 não tem um limite teórico ou um conceito fechado. Portanto, são várias definições dada a este termo, mas a origem da Web 2.0 é atribuída a Tim O’Reilly, fundador e presidente da O’Reilly Media que define a Web 2.0 como “mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva. (O’REILLY, 2005 apud DANILO, 2009). Por outro lado, Primo (2007) apud Danilo(2009) define Web 2.0 como conjunto de tecnologias e atributos que tem uma dimensão social: novos modelos corporativos, conteúdos desenvolvidos por usuários e metadados gerados por usuários, processos corporativos mais abertos e transparentes, simplicidade de design e recursos, produtos e processos descentralizados e participativos. Portanto o termo Web 2.0 refere-se à segunda geração da World Wide Web – tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. A ideia é que o ambiente online se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de conteúdo.

A Web 2.0 tem a ver com ambiente propício à criação e manutenção de redes sociais (abertas ou fechadas, públicas ou privadas). A Web 2.0 caracteriza-se pelo carácter gratuito (maioria) dos sites e ferramentas e também pela criação e disponibilização de API’S (Application Programming Interface – Interface de Programação de Aplicativos) que permitem a comunicação com outros sites. (DANILO 2009)

A Web 2.0 catalisa mudanças rápidas impulsionadas por usuários/consumidores que poderão acelerar o crescimento para as empresas que a exploram. As comunidades da internet proporcionam interacções novas e mais ricas entre funcionários, parceiros e clientes corporativos que poderão apoiar ou ameaçar a empresa, dependendo de como essas interacções forem administradas. A arquitectura Web oferece um modelo tecnológico adaptável e requer uma infra-estrutura menos cara para proporcionar esses benefícios. (DANILO 2009)

III. A relação entre o Jornalismo e a Web

Com o surgimento da internet há 50 anos e tendo-se notabilizado a sua expansão nos anos 90, o jornalismo que por sua vez tinha três modalidades, a saber, o impresso, o radiofónico e o televisivo, passa para a mais recente modalidade que é o web jornalismo ou também chamado de ciberjornalismo ou ainda o jornalismo digital cujo significado é o jornalismo usando a internet através do serviço web, como veículo de difusão dos seus produtos. O seu percurso apresenta duas fases:  a primeira consiste em suportar os materiais das modalidades tradicionais (impresso, rádio e televisivo) para a internet e a segunda consiste em produzir conteúdos usufruindo das características do web que a diferencia das outras, sendo elas a instantaneidade, multimedialidade, memória, hipertextualidade, personalização, interatividade, flexibilização, e automatização fazendo dela a mais vantajosa.

Na internet o leitor pode enviar, formulários com comentários sobre uma noticia e ver sua observação colocada imediatamente a disposição de outros leitores. O leitor pode participar de votações sobre temas polémicos, opinar em enquetes, participar de grupos de discussão pode interagir com hiperlinks, sugerir reportagens inclusive enviando conteúdos próprios (jornalismo colaborativo). O leitor se sente fazendo parte diretamente do processo jornalístico (BRITO,2010, p.4) apud ROCHA, et al 2015 p.2)

Estas características são um grande ganho para o jornalismo, por exemplo a memória, faz com que tenha presente todo o acervo histórico já publicado para as pesquisas. O hipertexto faz com que tenha milhares de texto corelacionados, a multimedialidade, faz com que haja a possibilidade de colocar o texto, o áudio e o vídeo sobre a mesma matéria e a instantaneidade faz com que a informação chegue ao destinatário na velocidade dum clique. Por esta causa, o jornalismo cada vez mais vai ficando intrinsecamente ligado ao web.

IV Ferramentas mais usadas no jornalismo no âmbito da web 2.0.

4.1 Impactos da Web 2.0 no Jornalismo

Pelo mundo fora, quem faz jornalismo na Web começa a descobrir as vantagens de compartilhar com outras pessoas o seu projeto de investigação ou de reportagem, visando com isto recolher sugestões, contribuições e dicas. É a aplicação ao jornalismo dos princípios da Web 2.0, onde o valor de uma informação é dado pela intensidade da recombinação de sugestões oferecidas por leitores ou usuários.

Ferramentas como as páginas Web, blogs, listas de discussão, fóruns, chats e correio eletrônico deram ao público um poder inédito em matéria de observação crítica da imprensa e isso passou a ameaçar o olímpico isolamento dos jornalistas e formadores de opinião pública.

Por outro lado, os leitores e os autodenominados jornalistas amadores passaram a exercer o seu papel ativo na comunicação sem terem tomado consciência de toda a complexidade do jogo da informação.

4.2 Tecnologias e ou ferramentas envolvidas

Mas importante do que falar da Web 2.0, é neste momento falar de Media Sociais. Os Media Sociais que mais pessoas envolvem diariamente são as redes sociais e os sites de partilha de vídeo ou imagem. Estas agregam um grupo de pessoas que partilhem dos mesmos gostos ou interesses e poderão ser a curto prazo uma das ferramentas mais utilizadas no jornalismo.

Genericamente, o jornalismo na Web permite compartilhar com outras pessoas o seu projecto de investigação ou de reportagem, visando com isto recolher sugestões, contribuições e dicas. Tal intento encontra respaldo em ferramentas tais como: paginas Web, Blogue, Facebook, Twitter, You Tube, Skype, Whatsap, Instagram e outros.

4.2.1 O Blog

O Blog foi criado por John Barger em 1997, este termo (Blog), proveio da abreviatura Blogue em 1999 por Peter Merholz. Os blogues são formatos de produção e publicação digital, comummente associados à ideia de diários virtuais. Suas páginas podem ser actualizadas, a qualquer momento, e que apresentam um formato dinâmico e de fácil manuseamento. Sua simplicidade e facilidade para a publicação de um texto, o conduziu a uma enorme popularidade em todo o mundo.

Seu interesse por parte dos jornalistas prende-se a possibilidade de:

  • Criar um portfólio e marca pessoal;
  • Começar a sua própria startup de conteúdo;
  • Experimentar outros formatos;
  • Ir além da produção de textos.

4.2.2 Twitter

O Twitter foi criado em 2006, pela empresa Obvious, nos EUA, tornou-se a ferramenta de microblogging mais popular em todo o mundo. O Twitter é uma ferramenta de microblogging que permite o envio de actualizações com o limite máximo de 140 caracteres e apresenta um carácter híbrido entre blogue, rede social e Instant Messaging (IM) (JAVA et al, 2007).

De entre outras vantagens, esta ferramenta permite ao jornalista:

  • É considerada uma fonte formal;
  • Cada um escolhe a figura a seguir;
  • Considerado um termómetro social e politico;
  • É real time.

O facto de Twitter ser uma rede social de microblogging (que é tão simplesmente a limitação de mensagens ou “tweets” a 140 caracteres) permite que um jornalista (ou jornalista cidadão) esteja num qualquer local ou evento marcante e vá relatando na hora o que se passa em seu redor. A principal funcionalidade do Twitter é a de permitir a divulgação instantânea de noticias e é isso que fascina e atrai cada vez mais jornalistas e redações para esta rede social. (JERÓNIMO e DUARTE, 2010)

4.2.3 YouTube

YouTube – é utilizado inúmeras vezes para anexar vídeos a uma notícia online, ou apenas para tomar conhecimento de algum facto ocorrido. (LOPES, 2022)

4.2.4Facebook

Facebook – é uma rede que junta milhões de pessoas, todas elas ligadas através de uma rede virtual que se multiplica diariamente. Um dispositivo que muitos jornais usam para informarem, através de notícias, o público que faz “gosto” na sua página oficial.

  1. Considerações finais

Entre avanços e recuos, aceitação passiva e cepticismo, há uma certeza, o mundo em que vivemos é 2.0. Está impossível olhar para a prática jornalística e imaginar que ela já foi diferente dos moldes em que se pratica nos dias de hoje. Redacções de vários órgãos de comunicação social se deram conta que a tecnologia e a digitalização passaram de opção para obrigatoriedade, fazendo com que organizações que não se adaptam, tenham tendências a desaparecer. Não é só a conjunta organizacional que foi afectada pelo avanço tecnológico 2.0. Com este avanço, novos conceitos começaram a abraçar o jornalismo, novas formas de operar também ganharam o seu campo. A título de exemplo, conceitos como cidadão repórter, interactividade online, arquitectura de informação (no webjornalismo), instantaneidade e ubiquidade, vieram reforçar e impor uma ordem à esta velha prática de recolha, processamento e distribuição de conteúdos informativos.

Este desafio tecnológico não foi apenas banhado de ouro, trouxe também problemas que despertaram a necessidade de maior cuidado, melhor manuseamento das ferramentas e treinamentos dos recursos humanos, tal problema é o fakenews. Não é que seja novo, mas por conta da massificação das ferramentas e da tecnologia 2.0 para a prática do jornalismo, tal fenómeno ganhou repercussões alarmantes, exigindo dos jornalistas e suas redacções, maior capacidade de apuração das notícias. Não obstante, estamos diante de uma sentença da nova era e, por isso, precisamos continuar com os investimentos necessários, afinal o mundo é 2.0.

  1. Referências bibliográficas

GIL, H. T (2014) A passagem da Web 1.0 para a Web 2.0…Web 3.0: Potenciais consequenciais para uma humanização em contexto educativo. Disponível em: https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/2404/1/. Acesso em: 8 de Janeiro de 2022.

JERÓNIMO, Pedro e DUARTE, Ângela. Twitter e jornalismo de proximidade: estudo de rotinas de produção nos principais títulos de imprensa regional em Portugal. 2010. Disponível em: «https://www.brapci.inf.br» Acesso em: 8 de Janeiro de 2022.

JÚNIOR, Milton. Qual é o impacto da web 2.0 no webjornalismo?. Disponível em: «http://mural.uv.es/milcapju/14738/articulo.htm.» Acesso em: 8 de Janeiro de 2022.

LATORRE, M. (2018), “Historias de las Web”. Universidad Marcelino Champagnat, marzo.

LOPES, Kawan. YouTube: O que é YouTube: saiba tudo sobre a melhor plataforma de vídeos do mundo. 2022. Disponível em: « https://www.nuvemshop.com.br»  Acesso em: 8 de Janeiro de 2022.

MOREIRA, Danilo dos Santos. Um estudo da tecnologia Web 2.0. 2009. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br>. Acesso em: 7 de Janeiro de 2022.

ROCHA, et al. Análise das características do web jornalismo no portal de noticias estadão: XIV congresso de ciência de comunicação na região norte – Manaus-AM – 28 a 30/05/2015. Interco – sociedade brasileira de estudos interdisciplinares da comunicação. Disponível em: https://www.portal intercom.org.br. Acesso em: 9 de Janeiro de 2022.

[1]JÚNIOR, Milton. Qual é o impacto da web 2.0 no webjornalismo?. Disponível em:http://mural.uv.es/milcapju/14738/articulo.htm

 

 

 

 

 

 

One thought on “Web 2.0 ferramentas relevantes no contexto jornalístico.

  • January 14, 2022 at 20:01
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    Texto claro e esclarecedor. Tem um conteúdo que pode ser usado como elemento de apoio para melhorar a percepção dos estudantes de graduação sobre a relação entre a web e o jornalismo. Mais ainda, trás distinções conceptuais esclarecedoras, por exemplo, entre a internet e Web. Aborda elementos como a Multimedialidade, arquitectura da informação e ubiquidade, de maneira muito objectiva.

    Depois da sua elaboração e aprovação pelo professor, achei que podia usar este texto nas minhas aulas de jornalismo online como ficha de apoio.

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