Mídias Digitais & Interatividade

 

TV digital, democracia e interatividade

Durante boa parte do século XX, a televisão foi considerada um meio decomunicação com características top-down, baseada em uma estrutura vertical com papéis bem definidos entre produtores (hiper-ativos), de um lado, e receptores de conteúdo (hiper-passivos), do outro. Participação ou, para usar um termo atualmente em moda, “interatividade”, nunca foram características essenciais deste meio. Esta estrutura de comunicação centralizada e em larga escala significou para muitos críticos, dentre eles teóricos de linha behaviorista e frankfurtiana, certos riscos iminentes e até então emergentes: poderia tornar-se uma perigosa e eficiente ferramenta de controle de corações e mentes dos contingentes “anônimos” e “amorfos”de telespectadores passivos, aquilo que foi historicamente denominado de “massa”. O amadurecimento das pesquisas em comunicação, principalmente através dos estudos de recepção, e a diluição da influência frankfurtiana nas últimas décadas trouxeram à tona outros elementos para o debate. Demonstrou-se que, apesar do seu caráter fortemente massivo, o conteúdo televisivo nem sempre é recebido de modo homogêneo pelo público: seus efeitos culturais e psicológicos obedecem a uma série de variáveis, dentre elas fatores sociais, econômicos, educacionais além da própria conjuntura em que o telespectador está inserido.

SILVA, S. P. da (2007). TV digital, democracia e interatividade. in Mídias Digitais & Interatividade (p.13). Universidade Federal da Bahia

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