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Web 2.0: Análise da transformação da internet e seus paradoxos sociotécnicos

Permitam-nos com base nas  contribuições de O’Reilly (2005) e Hayman (2007), que oferecem uma base conceitual sobre a Web 2.0, depreender que ela representa uma transição paradigmática na maneira como a internet é concebida e utilizada. Para O’Reilly (2005), a Web 2.0 caracteriza-se como uma plataforma interactiva que potencializa a inteligência colectiva, onde os usuários não só consomem o conteúdo, mas também o criam, redefinindo o papel do software enquanto serviço (SaaS) e através da promoção da “arquitetura de participação” de Jenkins (2006).

Por sua vez, Hayman (2007) complementa esta visão ao destacar que a Web 2.0 não é apenas uma evolução técnica, mas também cultural, que promove uma convergência de medias desafiadora da separação tradicional entre produtores e consumidores.

Na transição da Web 1.0 para a Web 2.0, houve uma mudança de um modelo estático e unidirecional para uma abordagem colaborativa e interactiva. Sites antes focados na exibição de conteúdo, como enciclopédias digitais, foram substituídos por plataformas dinâmicas como blogs, wikis e redes sociais. De acordo com O’Reilly (2005), exemplos como YouTube e Wikipedia reflectem a essência da Web 2.0, onde a força motriz é o conteúdo gerado pelo usuário, que se torna o núcleo da economia digital.

Apesar dos avanços, a Web 2.0 não está isenta de críticas. Hayman (2007) adverte que, enquanto o conceito de descentralização e colaboração é celebrado, as grandes plataformas exploram dados pessoais, criando novos monopólios digitais. Esse paradoxo é evidente na concentração de poder em gigantes como Google e Facebook, que, embora facilitem a conectividade, desafiam a “utopia descentralizada” originalmente imaginada.

Contudo, os dois autores destacam que a Web 2.0 consolidou a internet como um espaço de inovação e criatividade colectiva, mas também atrairam consigo dilemas éticos e económicos que precisam ser enfrentados.  A Web 2.0 não é um destino, mas um processo contínuo de transformação, reflectindo a necessidade de debates sobre o futuro da internet, suas possibilidades e limitações (O’Reilly (2005).

Azael Moiana

Sou Comunicador de profissão com mais de 15 anos de experiência, com formação superior em Filosofia de Desenvolvimento Institucional pela Universidade Pedagógica - UP Maputo; em Direito pela Universidade Aberta Isced - Unisced e mestrando em Gestão de Medias Digitais na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (ECA-UEM). Tenho experiência e práticas sólidas na: i. Elaboração de Planos e Estratégias de Comunicação; ii. Desenvolvimento de Estudos de percepção de imagem; iii. Desenvolvimento e implementação de campanhas de promoção e sensibilização; iv. Gestão de Medias Digitais. Actualmente, exerço as funções de Director de Comunicação e Marketing na empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo, SA (AdRMM, SA). Tenho experiência com financiadores, nos domínios: a. AFD - Projecto de melhoria do acesso água nas Zonas Peri urbanas de Maputo; b. EIB/EU/Governo da Holanda/AFD - Projecto de melhoria do abastecimento de água na província de Maputo; c. Cooperação Portuguesa - Programa de Emergência para o Abastecimento de Água à Área Metropolitana de Maputo; d. BAD - Projecto de Abastecimento de Água à Cuamba, na Província de Niassa; e. GPOBA: Banco Mundial - Aumento do acesso a água canalizada a região de Grande Maputo, orientado para população de baixa renda IDA/WASIS I e II - (additional Financing).

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