Redes Sociais: Reflexões para uso consciente

As redes sociais revolucionaram a comunicação contemporânea ao integrarem texto, imagem e som em espaços digitais (Castells, 2009). Contudo, seu uso crescente, especialmente entre jovens, leva consigo preocupações relacionadas à privacidade, desinformação, respeito nas interações e saúde mental. Vivem-se tempos em que a privacidade está constantemente ameaçada, como destacam Yang et al. (2012) e Gross e Acquisti (2005), uma vez que dados partilhados pelos usuários podem ser usados para inferir informações mais sensíveis. Assim, a revisão das configurações de privacidade e o controle do que é divulgado tornam-se essenciais. Moçambique é disto exemplo, se quisermos considerar o impacto das manifestações pós-eleitorais que tem resultado na perseguição de indivíduos não envolvidos nelas.

Associado a anterior abordagem, considero um outro desafio que está directamente vinculado à disseminação de “fake news”, favorecida pela estrutura das plataformas digitais (Wardle & Derakhshan, 2017). Neste contexto, o pensamento crítico é indispensável para avaliar a credibilidade das fontes e mitigar os impactos da desinformação (Tapscott & Williams, 2006). Paralelamente, o respeito nas interações online, como enfatizado por Chomsky, é crucial para evitar comportamentos tóxicos, como o cyberbullying, que prejudicam o ambiente digital (Hinduja & Patchin, 2014).

Ademais, o uso excessivo das redes sociais impacta negativamente a saúde mental, associando-se a ansiedade, baixa autoestima e comparações sociais prejudiciais (Twenge & Campbell, 2018). Estabelecer limites e priorizar interações offline são estratégias eficazes para lidar com estes efeitos. Portanto, embora as redes sociais ofereçam oportunidades para aprendizado colaborativo e inovação (Tapscott & Williams, 2006), é fundamental adoptar uma postura consciente e responsável para aproveitar seus benefícios, garantindo um ambiente digital mais seguro e ético.